Novo artigo «O Sagrado na Tradição Islâmica»

Saiu no livro Tabula Rasa – II Festival Literário de Fátima, que recolhe contributos sobre A Literatura e o Sagrado, o artigo «O Sagrado na Tradição Islâmica», de Fabrizio Boscaglia, que relete uma pesquisa sobre um dos Nomes de Deus no Islão: al-Quddūs (‘O Sagrado’).

O volume encontra-se à venda pela editora Zéfiro: https://zefiro.pt/as-nossas-coleccoes-zefiro-nova-aguia

Eis algumas passagens do artigo:

Um dos noventa e nove ‘Belíssimos Nomes de Deus’ mencionados no Alcorão é al-Quddūs, que em árabe significa ‘o Sagrado’, ‘o Augusto’, ‘o Puro’, ‘o Perfeito’ e ainda ‘o Sem limites’. A título puramente exemplificativo, veja-se uma das traduções (ou interpretações) do livro sagrado do Islão para o idioma português, realizada por Samir el-Hayek, segundo o qual al-Quddūs significa «o Augusto», como consta destes dois versículos:

Ele é Deus; não há mais divindade além d’Ele, Soberano, Augusto [al-Quddūs], Pacífico, Salvador, Zeloso, Poderoso, Compulsor, Supremo! Glorificado seja Deus, de tudo quanto (Lhe) associam!

(59, 23)

Tudo quanto existe nos céus e na terra glorifica Deus, o Soberano, o Augusto [al-Quddūs], o Poderoso, o Prudentíssimo.

(62, 1)

O nome al-Quddūs tem, como em geral todo o vocabulário árabe, uma raiz etimológico-linguística triconsonantal, que neste caso específico corresponde às três consonantes q-d-s. As palavras que remetem para tal raiz estão semanticamente relacionadas entre si e têm globalmente a ver com os sentidos de santidade, sagrado e pureza. Com efeito, da mesma raiz vem al-Quds, ‘a Sagrada’, nome islâmico de Jerusalém, a terceira cidade sagrada do mundo para os muçulmanos, após Meca e Medina.

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