Dois estudos de Fabrizio Boscaglia. sobre a representação e presença do Islão em Pessoa, encontram-se citados por Jerónimo Pizarro e Pablo Javier Perez López na edição das Obras de Fernando Pessoa publicadas pela Ática, e nomeadamente em: Pessoa, Fernando (2012). Ibéria. Introdução a um Imperialismo Futuro. Edição de Jerónimo Pizarro e Pablo Javier Pérez López, posfácios de Humberto Brito e Antonio Sáez Delgado. Lisboa: Ática (pp. 17; 255).
Pág. 17 (n.):
«O lugar do arabismo no projecto ibérico pessoano é muito importante para a sua compreensão. O aparecimento na península ibérica do elemento árabe, no século VIII, teria possibilitado, segundo Pessoa, a recuperação do fundo greco-romano da alma ibérica, perdido depois da cristianização (texto n.º 16 [97-9v]). Ora, essa recuperação seria também a responsável pela repaganização do território português e por «um conceito da vontade divina como fatalidade» (texto n.º 38 [88-25r]), que une Espanha e Portugal. Sobre essa repaganização, António Mora, o filósofo do neopaganismo português criado por Pessoa, afirma que foi precisamente pela emergência do espírito árabe que se tornou possível desenvolver um espírito próprio baseado na fusão do subjectivismo e do objectivismo (Obras de António Mora, 2002: 223). Isto é, que foi precisamente essa fusão que tornou possível o renascimento do paganismo helénico, o «regresso dos deuses», para citar o título simbólico do grande projecto filosófico de António Mora. Cf. Boscaglia (2012a e 2012b)».*
Pág. 255 (Bibliografia):
«Boscaglia, Fabrizio (2012a). Considerações sobre a presença do elemento arábico‑islâmico no sensacionismo e no neo‑paganismo de Fernando Pessoa. Vale d’Infante: Al‑Barzakh.
_____ (2012b). «Fernando Pessoa leitor de Theodor Nöldeke. Notas sobre a recepção do elemento arábico‑islâmico em Pessoa», in Pessoa Plural: A Journal of Fernando Pessoa Studies, n.º 1, pp. 163‑186».
* o negrigo é nosso.
* o negrigo é nosso.