Uma intuição-provocação questionante acerca de Fernando Pessoa e(m) José Marinho

Foi a 16 de maio de 2019, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A convite de Maria Celeste Natário e Renato Epifânio, participei no «Seminário Internacional Portugal-Goa: os Orientes os Ocidentes», com a comunicação intitulada «Akbar e os portugueses: um caso de diálogo islamo-cristão na Índia do século XVI». Fiquei na sala, depois desta minha intervenção, para ouvir os colegas.

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Guimarães num inverno quente: entre surtos de islamofobia e ecos luso-islâmicos

Gosto de viajar ao Norte. Não gosto de participar em debates sobre a atualidade. Desta vez, cheguei a um acordo entre estas duas instâncias internas. Tal foi graças à simpatia de Orlando Coutinho, meu aluno, que me dirigiu o convite para participar, em Guimarães, numa conferência-debate sobre «Xenofobia, Islamofobia e Racismo», organizada pela Associação Artística Vimaranense, e decorrida a 17 de fevereiro de 2024. Eis, então, o diário de um fim de semana passado em Guimarães, entre debates e passeios.

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Veneza e Florença: périplo estético e islamo-cristão em 15 obras de arte

Pode parecer estranho que um italiano visite Veneza e Florença pela primeira vez passados os quarenta anos de idade, mas a verdade é que a cidade onde eu nasci, Turim, não se encontra perto – física nem animicamente – destas duas capitais da Renascença e da arte. Em 2023 as condições foram propícias para preencher esta lacuna, através de duas viagens marcantes e epifânicas. Os objetivos foram comuns a ambas: mergulhar na arte do Renascimento (e na arte em geral) buscando nela pérolas sapienciais, além de estéticas; captar sinais de ligação e cruzamento entre Europa e Islão, Cristianismo e Islão, sobretudo na arte e mesmo que fossem ligeiros ou indiretos.

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Óbidos vila peripatética: dois italianos pelos caminhos do Folio e… da conversão

Voltar a Óbidos, desta vez com chuva outonal, foi diferente. Saímos de Lisboa com Gianfranco Ferraro às dez da manhã, no meio de uma tempestade, de autocarro. Passámos a viagem a falar de mafia. O Gianfranco é siciliano, eu sou meio siciliano, somos apaixonados por estas problemáticas. Vamos a Óbidos para falar de «Os riscos da conversão», porque ele está a preparar, juntamente com António de Castro Caeiro, o livro Formas da Conversão: Filosofia, Política, Espiritualidade (Abysmo, no prelo).

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Eduardo Lourenço: uma recordação

No dia do centenário do nascimento de Eduardo Lourenço (1923-2020), publico algumas memórias e notas minhas acerca dos encontros e ocasiões em que me cruzei com o pensador e ensaísta português. Uma humilde recordação de um homem que deixou em mim uma impressão boa e invulgar.

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Filomena Barros: uma recordação

No dia em que a saudosa professora Filomena Barros (1958-2021) faria anos, publico aqui uma versão ligeiramente revista do depoimento de homenagem que li no contexto do encontro Filomena Barros – In Memoriam, decorrido no dia 4 de junho de 2022 do Teatro Garcia de Resende em Évora, organizado pela Universidade de Évora em colaboração com a Universidade Lusófona.

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Poemas persas, portugueses e árabes que foram lidos na Gulbenkian no «Dia Internacional da Poesia»

São aqui transcritos os poemas de poetas persas, portugueses e árabes, que foram lidos no dia 21 de março de 2023 no evento «Entre Poemas: vozes lusas e sufis», em ocasião do Dia Internacional da Poesia, na Fundação Calouste Gulbenkian. O evento foi organizado por Jessica Hallett e por mim, no contexto da exposição Sabedoria Divina: o caminho dos sufis, da qual sou curador convidado no Museu Calouste Gulbenkian.

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De um mirabe a outro: uma tarde entre a Mesquita Central de Lisboa e o Museu Calouste Gulbenkian

No dia 30 abril de 2023, visitei a Mesquita Central de Lisboa com um grupo de amigos e alunos. Aproveitámos para almoçar no restaurante da mesquita e para visitar a sala de culto, assim como o pátio central do complexo arquitetónico. Depois disso, fomos visitar a exposição «Sabedoria Divina: o caminho dos sufis», da qual sou curador no Museu Calouste Gulbenkian.

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Uma memória de Adalberto Alves sobre Vergílio Ferreira

Uma das coisas mais bonitas, ao passarmos momentos de convívio com escritores das gerações anteriores, é ouvi-los contar aventuras, encontros e histórias do passado. Sobretudo quando as histórias envolvem outros intelectuais e artistas. Assim aconteceu hoje, em Óbidos, onde me encontrava com os amigos e poetas Maria João Cantinho e Adalberto Alves, e este começou a narrar.

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Vozes no jardim: recordação do que mais vale

Hoje, dia de ʿĪd al-Fiṭr (Eid al-Fitr), numa tarde de sábado e de festividade, tive o tempo e a grata oportunidade de participar num encontro organizado pelo Núcleo de Meditação da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, por ocasião do chamado Dia da Terra. Foi um encontro muito cordial, em que ouvi palavras de valor.

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